terça-feira, 6 de outubro de 2009

UM FUTEBOL ESCULPIDO NA FORÇA DE VONTADE



De um lado o Civo Service United, que veste camisa amarela, calção verde e meião amarelo, Do outro o Moyale, com camisa e calção branco e meião verde. Respectivamente, um time da cidade de Mzuzu, localizada na região norte, contra um da capital, Lilongue.

O jogo tem poucos lances bonitos e emocionantes, nenhum jogador demonstra aquela improvisação, molecagem e fantasia com a bola nos pés, características de craques brasileiros, mas a bola é disputada como se fosse a última garrafinha de água no meio do deserto, divididas, chutões, trombadas e muita correria, assim seguiu a partida até o apito final do juiz, terminando num aguerrido empate sem gols.

No entanto, independente de belas jogadas, a torcida fez a festa o tempo todo, só uma tentativa de chute para o gol, mesmo que a bola esbarra-se na marcação, ou seguisse rumo à arquibancada, já era motivo de tirar o grito de “ÚÚÚÚÚÚÚÚ” dos torcedores, ecoando longe do estádio.

De acordo um torcedor do Civo, Tamani Rusimbwe, 38 anos, que ganha a vida como motorista particular, e todo dia, segundo ele, agradece a Deus por conseguir viver de maneira digna no país, a camisa de um time profissional custa cerca de 3.000 quachas, equivalente a aproximadamente 20 dólares. Este preço é totalmente caro em relação ao padrão de vida da maioria dos malauianos, por isso, ninguém acompanha os jogos com a camisa dos times.

Na atualidade, o principal jogador de futebol da seleção do Malawi é o atacante Joseph Kamwendo, de 22 anos. Ele nasceu na cidade de Blantyre, como se destacou na arte da bola, hoje, joga no Orlando Pirates, um time da África do Sul. Se no Brasil já é difícil segurar os artistas da bola, que normalmente vão jogar na Europa, imagine os bons jogadores de uma nação pobre.

“A liga profissional possui 24 times, os jogos sempre acontecem nos finais de semana, durante a tarde, pois nos estádios não há luz, alguns até possuem refletores, mas eles não funcionam”, explica Rusimbwe.

IMAGENS


Na entrada do pequeno estádio uma espécie de lousa informando sobre a partida.


Os jogadores são muito simples e simpáticos, tanto que o jornalista que vos escreve foi parar no banco de reservas do Moyale, contando, é claro, com o sinal positivo de todos os atletas.


Além dos jogadores, os repórteres e fotógrafos de campo, também são pura simpatia. Sem falar no segurança que autorizou a minha entrada em campo quando eu disse que era um jornalista brasileiro.


Este é um retrato nítido da falta de estrutura do país, eis o banco de reservas.


Fim do primeiro tempo.


Não foi desta vez que a torcida gritou gol.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ENTREVISTA FRANCA E ESPERANÇOSA COM JHON C THOMAS



Jhon C Thomas é o representante do “Projeto Malawi” no país africano, é por meio da sua fundação homônima que os recursos chegam nas aldeias beneficiadas. Thomas é um homem religioso, é pastor evangélico de uma igreja, bem pequenininha, feita de madeira, que fica no quintal da casa dele, o púlpito está bem deteriorado, assim como alguns bancos. O chão em que costuma ajoelhar-se e orar, durante os cultos, é de terra. Sempre anda com óculos de sol devido uma grave deficiência em um dos seus olhos. E é claro, como a maioria dos malauianos, costuma carregar um bonito sorriso estampado no rosto.
A sua esposa é enfermeira, ela o ajuda, e muito, tanto nas despesas da casa, aluguel e mantimentos, como nos programas assistenciais da fundação.
Nesta entrevista, Thomas fala um pouco dos sonhos de construir um futuro melhor para as crianças, da luta que trava, diariamente, para levar melhorias para a população das aldeias, em regiões de difícil acesso, algumas desérticas e escaldantes, e da importância do "Projeto Malawi" nesses desafios. Ele também conta, de maneira resumida, como foi despertado pelas causas humanitárias.

Há quanto tempo existe a fundação?

Desde 2001

Por que resolveu criá-la? O que o levou a fazer isto?

Muitas razões. Primeira! A minha irmã mais velha morreu e deixou algumas crianças órfãs. Isto também ocorreu com a minha esposa, que perdeu uma irmã, ficando os sobrinhos órfãos. Esses fatos me levaram a ter um contato com crianças desamparadas.
Segundo! Meus pais se separam quando eu tinha oito anos, cresci sem pai e a minha mãe não tinha condições de criar os filhos, não tinha estrutura, não tinha dinheiro. Então, antes dos dez anos, já carpia mato para ganhar dinheiro.
O que eu passei na infância, os órfãos dessas aldeias passam hoje, quando olho para eles, me vejo ali, chorando, com medo, com fome, com frio, sem proteção.
Fazer um trabalho social voltado às crianças, é um desejo que sempre acompanhou os passos da minha vida.

Qual o seu grande sonho?

O meu sonho é transformar as vidas dos órfãos para que eles não tenham problemas psicológicos e sejam grandes cidadãos em Malawi. Por isso, luto pela proteção dele, tentando fazer o impossível para ajudá-los. Sonho em estender os serviços sociais da fundação, não só no Malawi, mas também na Tanzânia, em Moçambique, na Zâmbia... quem sabe um dia?

Como vê a participação do Brasil por meio do Projeto Malawi?

Esta parceria tem me ajudado muito, ela é parte dos meus sonhos, pois vai viabilizar a mandala, já construiu uma escola, três poços artesianos, está beneficiando, e muito, a vida das pessoas de três aldeias.

Contando essas três beneficiadas pelo projeto, quantas aldeias no total a sua fundação ajuda, atualmente?

21 aldeias no total

Quais são as principais dificuldades de viver em Malawi?

A questão do transporte é muito complicada, pois não tenho um carro bom para levar comida para as aldeias, que são distantes umas das outras, e longe da minha casa.
Outro grande problema é a falta de hospitais ou postos de saúde nas aldeias, muitas pessoas morrem antes de chegar à capital. Não temos tratamentos, não tem exames de sangue, não tem recursos para combater o HIV. Quem já tem a doença precisaria de remédios.

Como é uma pessoa religiosa, se fosse para escolher um versículo bíblico, como mensagem, para passar nessa manhã numa rádio malauiana, qual seria?

Tiago, capítulo 1, do versículo 27, diz: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.


Igreja bem pequena e feita de madeira, os cultos são feitos aos domingos, pela manhã, já que não há energia elétrica.


Por dentro da igreja, chão de terra e alguns bancos.


Como acontece nas aldeias, na casa do Tomas o fogão também está "enraizado" no chão, não há fogão e nem cozinha.


Cartaz pregado na parede da escola, na sala da fundação, dizendo quais são os principais programas assistências.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

À SOMBRA DAS SAVANAS UM LAGO QUE LEMBRA O MAR


Se fosse julgar apenas pelas pequenas ondas, pedras, areia branca e fofa, ilhas à vista, ou pela cor da água, ora verde-mar, ora azul-regata, todos diriam que se trata de algum pedaço de mar, mas não, na verdade este é o "Lago Malawi", uma das grandes atrações do país em termos de beleza natural.
Se por um lado Malawi não tem saída para o mar, por outro, possui um lago de ressonâncias oceânicas, dono de uma beleza incontestável, um lugar de visões paradisíacas para refrescar um cenário dominado por savanas.

Na crença malauiana é sobre o lago que nasce o sol. Ele tem um significado tão importante que o nome do país sempre está relacionado ao nome dele e vice-versa.
Em 1891, por exemplo, quando se tornou território britânico, foi chamado de Niassalândia por causa do lago, que na época tinha o nome de “Lago Niassa”. Após a independência, em 1964, é registrado Malawi, seguindo a sintonia entre o nome do país e da sua atração cristalina, o lago é rebatizado de “Lago Malawi”.
Existe até um time de futebol profissional lá chamado Lake Malawi, em homenagem a este cenário de atrações turísticas. Aliás, o local, neste trecho,em específico, é totalmente voltado aos turistas, e fonte de emprego para o malauiano, principalente aos moradores da região de Salima, próxima do hotel.

Quem um dia se interessar em conhecer o país, deve procurar a rede de hotéis Sun Bird, de origem sul-africana, oferece uma excelente infra-estrutura aos turistas. Tomar banho de água doce num ritmo de mar, sereno e tranqüilo, ou apenas se acomodar diante do visual encantador a fim de descansar a mente, é indescritível.

É claro que nem toda a extensão de margem do lago deve ser de ambiente praiano, mas onde está localizado o hotel, na “Linvingstone Beach”, como é conhecida esta parte da “praia”, em homenagem a David Linvgstone (escocês, missionário cristão, médico, que ficou conhecido por desbravar o continente africano, lutando para libertar os povos da escravidão), qualquer semelhança com Ubatuba, no litoral paulistano, ou com qualquer outra praia, é mera coincidência.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A TERRA QUE RESPIRA A MISÉRIA

Escrevi uma matéria sobre o Malawi no “Santo André News”, o jornal com cara de revista da cidade andreense. Hoje, começa a circular, como gostaria de compartilhar com os leitores do blog o conteúdo dela, deixo o texto publicado aqui. Todavia, não é a matéria integral, pois usei na publicação impressa a história do Charlo, o vendedor de espetos de rato, já postada no blog, também coloco fotos diferentes da matéria originalmente publicada no jornal.
BOA LEITURA!




ZIKOMO KWAMBIRI! (Significa muito obrigado em chichewa, o idioma oficial do país, junto com o inglês). Foi isto que disse uma mulher, pulando de alegria, tão feliz quanto um brasileiro comemorando a conquista de uma Copa do Mundo, ao receber uma marmita que preparei no restaurante feita com o que sobrou do almoço. Assim que me agradeceu de maneira entusiasmada, chamou três filhos pequenos para compartilhar o alimento. Tamanha felicidade tem explicação, às vezes o malauiano fica três dias sem ter o que comer. O que era resto para mim, no estômago daquela família se tornou uma ceia farta.

E assim caminha este pequeno país, situado no sudoeste do continente africano, sem saída para o mar, com uma extensão de 118.484 km² cuja superfície é coberta por infinitas savanas e florestas tropicais, cheias de aldeias tribais, formando uma nação com cerca de 14,3 milhões de pessoas.

Lilongue é a capital, mas a sede do governo não está lá, e sim na cidade de Blantyre, na região sul, além disso, turisticamente falando, não tem vida noturna, as ruas são sem iluminação e sem calçadas. Os grandes comércios que existem não pertencem aos malauianos e sim a estrangeiros, na maioria dos casos, indianos. Os nativos da parte central, no geral, são sempre funcionários. Fora isso, trabalham como autônomos, em feiras e comércio ambulante.

Malawi é uma tristeza que, assim como o horizonte, parece não ter fim. Segundo os dados da ONU, é um dos países mais pobres do mundo, sobrevive com ajuda externa, principalmente da África do Sul, do Reino Unido e de Organizações Não Governamentais.

O cenário é doloroso: miséria, fome, AIDS, vários tipos de doenças, falta de água, infra-estrutura totalmente precária, pessoas morrendo antes de chegarem aos hospitais... tudo isso faz parte da sofrida história de vida da população.

E eles, sobretudo às crianças, apesar de toda calamidade, preservam uma alegria contagiante, têm capacidade de mostrar carinho por desconhecidos, como eu, que na condição de enviado especial, de repórter a milhas e milhas distante da pátria verde e amarela, me senti em casa graças à fraternidade do malauiano.

AS CRIANÇAS DO MALAWI



Hora do almoço na aldeia Mutu. A condição choca, a cena é inaceitável aos olhos de qualquer ser humano. O ar parado, sem vestígios de vento, o sol queimando a terra vermelha, na qual centenas de crianças, maior parte órfãs, formam uma fila indiana, todos munidos com um pratinho, alguns com colheres, outros sem, destes a mão será o talher, em comum, eles carregam a fome nos olhos.

Uma menina no meio da fila, aparentando quatro ou seis anos começa a lamber a colher, impaciente para a tão desejada hora do almoço cuja refeição será uma espécie de mingau que chamam de sima, feito a base de milho e mandioca.
Como se estima que a metade dessas crianças sejam soropositivas, o governo manda um tipo de trigo com preparo especial para dar uma maior sustentação na alimentação.

É desta maneira que estas crianças se alimentam. Para eles não existe café da manhã, o almoço é algo simbólico, e jantar uma raridade. A refeição é um mistério, pode ser que apareça, pode ser que não.

Todos os órfãos dormem no chão, sobre um plástico empoeirado, num dormitório feito de palha. Como a temperatura, normalmente, cai à noite, ficam amontoados para amenizarem o frio. Às vezes surgem alguns panos rasgados, e viram mantas.

PROJETO MALAWI



Atualmente as Organizações Não Governamentais e instituições assistenciais têm cumprido um papel fundamental não só para a elaboração de recursos e ajudas humanitárias, mas também pressionando os países ricos para olharem com mais atenção aos problemas dos menos favorecidos.

O Projeto Malawi, radicado em Santo André, desenvolve programas assistenciais no país africano há mais de dois anos. Estes programas são voltados ao crescimento de infra-estrutura e atualmente atendem às aldeias Mutu, Modika e Mtema, localizadas entre 25 e 50 Km da capital, em cada uma, foi construído um poço artesiano que deve levar água potável por aproximadamente 50 anos.

Conforme informações do site da Organização Mundial da Saúde (mapeamento de 1999), bactérias, vírus e parasitas presentes na água são responsáveis por cerca de 4 bilhões de casos de diarréia por ano, grupos de risco representativos encontram-se em países com difícil acesso a água potável, a exemplo do Malawi.

No dia 12 de agosto foi inaugurada uma escola na aldeia Mutu para atender as crianças da região. Antes, para chegar ao colégio mais próximo, estas crianças precisavam andar uma extensa caminhada.

Não há como negar que os primeiros passos do Projeto Malawi foram bem-sucedidos, e pelos objetivos traçados, há muito mais para ser feito. Em 2010, a idéia é implantar um sistema revolucionário de agricultura que vem fazendo sucesso nas lavouras da Paraíba, para isso, já foi iniciada uma parceria com a Agência Mandalla, responsável por este processo agropecuário.

“A terra precisa virar fonte de alimentação saudável, de renda, de sustentabilidade o mais rápido possível para esse povo”, comenta Silas Josué de Oliveira, diretor do Projeto Malawi.

TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA



Recentemente o Malawi apareceu na mídia brasileira por causa da morte do economista carioca Guilherme Buchman, de 28 anos, provocada por hipotermia durante escalada no oMonte Mulanje. Pelo que foi publicado nos noticiários, ele viajava pelos países mais pobres, estudando, para conclusão de uma tese de doutorado em políticas públicas.
O programa Esporte Espetacular da rede Globo, fez uma homenagem, a equipe de reportagem refez a trilha e no pico pregou uma placa com o nome dele, uma foto, e uma frase do poeta Fernando Pessoa que ele gostava: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Esta minha viagem só foi possível por causa do Projeto Malawi que me convidou a conhecer as obras assitencais no país, e agora, também sou colaborador do site www.projetomalawi.com.

Pessoas de visão social como Guilherme Buchman era, instituições focadas em ajudar nações cujas pessoas parecem estar condenadas a uma existência breve, são lições de que podemos nos empenhar para criar um mundo melhor.

Lembro de quando o avião decolou do aeroporto Internacional Kamuzu Banda, e a atordoante visão da pobre terra (vermelha como o sol da bandeira malauiana), foi sumindo da minha vista até surgir a imensidão dos céus, descobri ao longo das nuvens, que o rosto daquelas pessoas, com olhares que clamam por socorro, principalmente das crianças, nunca mais sairão da minha mente. A todos eles, ofereço (confesso que envergonhado) está simples matéria.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O NOME DELE ERA KAMUZU BANDA

Com o objetivo de apresentar o país em todos os aspectos: sociais, culturais, geográficos, históricos, humanos, exóticos e comportamentais, registro por aqui um pequeno texto sobre este importante personagem da política do Malawi.



Ele está em toda parte do país, no aeroporto, na estrada, no hospital, na escola, em tudo se encontra o seu nome. As homenagens ainda se estendem por meio de um memorial - localizado na capital, em Lilongue - no qual há uma enorme estátua em que está apoiado numa bengala com a mão esquerda, e a direita estendendo uma tocha aos céus. Sem falar no mausoléu, onde está enterrado, cercado por um bonito jardim, na lápide está escrito em inglês o começo do Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma”.
Apesar de ter falecido há mais de dez anos, ninguém está tão vivo no Malawi quanto ele, Kamuzu Banda, o primeiro presidente do país, morto em 1997, com 101 anos, numa clínica na África do Sul, devido a problemas de saúde.
Por intermédio da figura política dele, sob a sua liderança que Malawi conquistou a independência em 1964.
Quem se aventurar a pesquisar a respeito dessa figura descobrirá tanto atitudes boas quanto ruins, tanto críticas quanto elogios, como acontece, aliás, a todos os grandes personagens da história, as contradições, as atitudes nebulosas, muitas vezes, apenas aumentam o fascínio de uma biografia, como no caso de Kamauzu Banda


(Foto: Neo Nassif) Segundo o monitor do mausoléu, Malawi foi fundado em cima de quatro pilares, que são: Lealdade, Unidade, Obediência e Diciplina. Em cada um dos quatros pilares que sustentam o mausoléu há uma dessas frases.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

AS CRIANÇAS DO MALAWI



Eles caminham em enorme quantidade na maioria das aldeias do país. A maior parte é formada por órfãos, não têm o que comer, não tem o que vestir, andam maltrapilhos, descalços, cheios de terra. Tudo indica que um número elevado, infelizmente, é soropositivo. Dormem no chão, em “dormitórios” de palha, para amenizarem o frio, já que a temperatura, normalmente, cai à noite, ficam amontoados para que juntos consigam algum tipo de aquecimento, pois não têm cobertor, às vezes alguns panos rasgados, empoeirados, aparecem como manta. Para eles não existe café da manhã, almoço ou janta, a refeição é um mistério na vida deles, algo fadado a acontecer de maneira aleatória, casual. Dia das Crianças? Natal? Presente de aniversário? São acontecimentos inexistentes na vida deles. Assim vivem as crianças do Malawi, com as mãos estendidas, pedindo ajuda.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

RETRATOS MALAUIANOS

Se ocorresse uma competição mundial para eleger qual a nação que tem o sorriso mais bonito do planeta, não há dúvidas de que Malawi seria um forte candidato ao título. É simplesmente incrível como, apesar da miséria enraizada na maior parte da sua terra vermelha, no meio de tanto sofrimento, o malauiano ainda é capaz de manter o bom humor, de sorrir por meio de simples gestos de felicidade. Essa “autogozação” talvez seja uma válvula de escape para sair de uma rotina de sofrimento, pensei em alguns momentos, enquanto tirava as fotos, enquanto observava uma a uma, crianças, mulheres, jovens e idosos, todas as pessoas que passavam por mim, enquanto mergulhava naquele batalhão de olhares dançantes, no entanto, a verdade é que essa capacidade de transmitir alegria vivendo no caos, ao mesmo tempo que é uma interrogação sem resposta exata, também foi uma lição de vida para este jornalista que vos escreve, e é esta aprendizagem que eu quero transmitir para os leitores do blog.
Neste ensaio fotográfico (selecionei algumas fotos para esta postagem, ainda tem muito mais para mostrar), realizado durante os dez dias que passei lá, a minha intenção não foi somente registrar a expressão de alegria, mas também captar a serenidade e a integração com o meio ambiente, com a rotina do dia-a-dia dessa população capaz de demonstrar uma energia pela vida dificilmente encontrada em outros lugares.


Dentro de uma casinha da aldeia, segundo o morador, essa parte é o quarto dele, a parede serve como guarda-roupa e a esteira, totalmente gasta, no chão é a cama.


Hora do almoço, criança comendo o sima, a única comida encontrada com facilidade nas aldeias, é um prato feito apenas com milho e mandioca.


Rapazes trabalhando na olaria, o povo malauiano é bastante trabalhador.


O milho é a principal fonte de alimento nas aldeias.


Crianças contentes ao receberem bolas de presente, assim como no Brasil, o futebol é o esporte preferido deles e uma das poucas diversões da garotada nas aldeias.


Rapaz transporta enorme quantidade de carvão na garupa. No Malawi a bicicleta é um precioso transporte de carga, em alguns locais ela é utilizada como táxi.


Garoto faz sinal de positivo, imitando o fotógrafo já que no país esse gesto não é conhecido.


Como a Aids está dizimando o continente africano, é enorme a quantidade de órfãos nas aldeias. O irmão mais velho fica responsável em cuidar do menor,


por isso, é muito frequente ver essas cenas de zelo e cuidado entre os irmãos.


Este senhor, riso brilhante, vende tomate na beira da estrada.


Esse outro também é vendedor de tomate, na frente da barraca dele faz um sinal mostrando as duas palmas da mão, pelo que eu entendi esse é o sinal de positivo do malauiano.


E aqui, algum amigo do “Projeto Malawi”, tirou essa foto na qual me divertia com algumas crianças, “ensinando uns golpes de Kung Fu”.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

NA BEIRA DAS ESTRADAS É COMUM O COMÉRCIO DE ESPETOS DE RATO



Ele está em pé, no acostamento, em algum trecho da Highway Kamuzu Banda, acenando para os veículos que passam tinindo por uma das principais estradas do país, o objetivo é chamar a atenção do motorista para vender o seu produto: espeto de rato, constituído na verdade em dois pedaços de bambus, amarrados, unidos, por barbantes que assim seguram o alimento no ar.
Seu nome é Charlo, tem 22 anos, está com uma camisa bem suja de terra, uma calça mais comprida do que as prórpias pernas. Ele diz que já faz um bom tempo que ganha a vida dessa maneira. No dia-a-dia, principalmente, entre julho e agosto, período de alta temporada, época que Malawi recebe um elevado número de turistas, sempre acontece de algum gringo pagar só pra ver e tirar foto dele comendo um rato.
Diferente do que estamos acostumados a ver no Brasil, pelo menos em termos de habitat, não se trata de um rato de esgoto e sim do mato, das savanas, aliás, conforme as palavras de Charlo, ele perde bastante tempo para caçá-los.
É claro que não só para o hábito, mas também para o imaginário americano e europeu, tal alimentação é muito fora da normalidade, talvez até mesmo em Malawi, já que nas ruas do centro, nas proximidades dos grandes comércios da capital, em nenhum momento, este jornalista e blogueiro do Projeto, registrou tal tipo de mercadoria.
Por isso, acredito que não seja algo de gosto ou de venda popular na região, existe, no entanto, como mais uma fonte de sobrevivência, acredito que devido à situação de miséria, tocante aos problemas de origem social, foi isso que pude perceber nas minhas andanças por lá, tanto que não aconselho a nenhum turista sair andando pelas ruas de Lilongue com um espeto desses, pode soar de modo zombeteiro à população.
Muito risonho e expressivo, Charlo, apesar da forte aparência de jovem carente, quando percebe que foi acionado apenas para conversar dá dois passos para trás, faz um gesto de até logo, e volta a acenar os “espetos” de rato para outros veículos, afinal, esse é o trabalho dele, e tempo é dinheiro.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

COM A ESCOLA EM ATIVIDADE ENTRA EM CENA A DEDICAÇÃO DOS PROFESSORES



Bainet M. Kayra, um homem com expressão rude, mas de olhar sereno e gestos tranquilos, está na casa dos 43 anos, formado em Pedagogia, ele ocupa o cargo de diretor do novo centro escolar “Teresinha Jesus de Oliveira”. Fora essa função acumula as tarefas de professor de Inglês, Matemática e de Ciência e Tecnologia.
Antes desse emprego, Kayara chamado pelos amigos, em chichewa, de Chalima, era funcionário de limpeza no “Aeroporto Internacional Kamazu Banda”, aqui de Malawi.
Agora, nesse novo trabalho, o dia começa cedo, antes do sol dar as boas vindas, acorda por volta das 5h, se arruma e toma café, saindo de casa às 6h, aqui, inicia uma caminhada de aproximadamente uma hora em estrada de terra até achegar na escola. No país há poucas linhas de ônibus, sem falar que para malauiano é uma essencial economia no orçamento do mês, não só ir ao trabalho, mas também se locomoverem na cidade a pé ou de bicicleta.
Então, nesse cenário de precariedade de transporte ele percorre cerca de 7km até a sua cadeira de diretor. Por volta das 15:30, horário que o sol ainda se encontra forte, queimando o solo, ele, com o dever cumprido, deixa a escola percorrendo todo o percurso novamente a pé, e detalhe: durante todo esse período não faz nenhuma refeição, só quando chega em casa.



Já a professora Jollyn Q’umilonde, 28 anos, cuja grande virtude, segundo ela, é a paciência que tem em lidar com crianças também é responsável em ensinar inglês aos alunos, uma das matérias mais importantes, em termos práticos, pois essa é a língua oficial do país junto com o chichewa, e quem a domina, aliás, assim como acontece no mundo todo e não poderia ser diferente em Malawi, tem a chance de arrumar um emprego melhor, como funcionário de hotel, ou em comércios da capital, conta que a escola deu novos ares para as aldeias locais.
Todos os professores serão remunerados pelo governo malauiano, mas fora o salário, a parte financeira, fica evidente que eles precisam de muita dedicação e a força de vontade para driblarem os obstáculos comuns num país com pouca infra-estrutura.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

CONFIRA MAIS FOTOS DA INAUGURAÇÃO DA ESCOLA



O diretor do Projeto, Silas Josué de Oliveira, cortando a fita comemorativa, acompanhado pela ministra Patrícia Kaliaty e pelo Thomas, diretor da Fundação responsável pela escola.



Garoto da aldeia faz discurso de agradecimento pela escola e arranca fortes aplausos da platéia.



Mulheres dançam em homenagem à chegada da equipe do Projeto Malawi no evento de inauguração.



Crianças esbanjam swing e molejo na apresentação de dança, pontuada por uma bela coreografia.



Menino com a camisa do Kaká, o futebol também é o esporte favorito do malauiano.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

ALEGRIA E ESPERANÇA MARCAM A INAUGURAÇÃO DA ESCOLA FEITA PELO PROJETO MALAWI


Apesar da miséria tomar conta desse país africano ela não tira o sorriso da população carente, muito pelo contrário, a todo o momento o malauiano esta pronto para um gesto de felicidade.


Na inaguração da escola “Jhon C. Thomas Childrens Foundations” realizada no último dia 12 de agosto, a ministra da “Infância Feminina e do Desenvolvimento da Comunidade”, Patricia Kaliati, fez um discurso que, apesar de longo e sob um sol abrasador, provocou risos, palmas e gritos de celebração entre os presentes.

Ela falou sobre a importância da escola na vida de uma criança, depois comentou sobre o poço cartesiano feito pelo projeto e ressaltou o fato que desde o funcionamento não houve registro de nenhuma morte por diarréia ou outros tipos de doenças provocadas por água suja nas aldeias beneficiadas.

O diretor do “Projeto Malawi”, Dr. Silas Josué de Oliveira, foi breve e objetivo nas palavras, disse que se sentia honrado em poder ajudar o país a construir uma infra-estrutura e, principalmente, em gerar esperança no futuro da nação.

Além dos pronunciamentos das autoridades presentes, apresentações de danças completaram a comemoração do evento inaugural. As mulheres, assim como as crianças, cantaram e dançaram, esbanjando molejo e alto-astral.

Se por um lado, na terra vermelha desse território localizado no sudoeste do continente africano, a miséria vive num estado avançado, totalmente devastador, por outro, existe alguns contrastes notórios, apesar dessa brutalidade social, a população que mora nas aldeias, possui um dos sorrisos mais naturais e irreverentes do mundo.

Conforme o pensamento do vice-diretor Ozéias Paulo da Silva, a grande satisfacão do "Projeto Malawi" é ver o malauiano com muito mais motivos para comemorar, a construção da escola, segundo ele, foi apenas o primeiro passo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

EM NOME DE NOBRES CAUSAS

Madonna, Angelina Jolie Brad Pitt são alguns exemplos de astros atuais que alertam o mundo para a necessidade de ajudar os países mais pobres do planeta. Mas não é de hoje que artistas se sensibilizam e acabam agindo em favor de causas humanitárias.


Capa do CD do projeto musical e social idealizado, em 2003, por Bono Vox, líder e vocalista do grupo U2.

Se nós começarmos a pesquisar a quantidade de celebridades que já contribuíram de alguma forma pelas populações mais carentes, não há dúvidas que teremos uma lista imensa.
Como ainda não saberia enumerar tal lista, cito um exemplo que eu tenho aqui em casa, aliás, está tocando no meu computador enquanto escrevo este texto.
Drop the Debt, este é o nome do CD lançado em 2003, carregado por um viés político “a favor do cancelamento das dívidas externas”, levantando uma bandeira em apoio aos países do terceiro mundo. Lado social à parte, o álbum reúne grandes músicos e cantores, tanto da África quanto da América Latina.
Do continente africano, destaque para a participação de Oliver Mtukudzi, do (Zimbábue) com o seu canto melancólico e gostoso aos ouvidos, sem falar no zoblazo de Meiway, da Costa do Marfim, e do caprichado dueto de Faya Tess e Lokua Kanza, do Congo. Já a cabo-verdiana Césaria Évora, outra excelente cantora que deu o ar da graça nesse projeto musical, pede justiça social com a música “Quem pode”.
Tocante a participação do Brasil, quem marcou presença foram Chico César, Fernanda Abreu, MV Bill, Lenine e Tribo de Jah. Ao total são dezesseis faixas formando um timaço de artistas.
O CD foi produzido pela ONG francesa Dette & Developpment, que aprovou a idéia de Bono Vox - conhecido também pelo envolvimento em causas assistenciais - sobre uma maneira de focar os olhos do mundo em relação ao fato, no caso específico do CD, dos países pobres terem de destinar 50% do PIB ao pagamento da dívida externa, deixando, assim, de investirem em itens importantes como saúde, saneamento básico e educação.
Além de craques na música, essas celebridades também são certeiras quando o assunto é ajuda ao próximo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

CAMISETAS DE DIVULGAÇÃO



Uma das novidades nessa viagem, como foi comentado no texto anterior, é que a equipe deve se apresentar não só na inauguração da escola, mas também em outras situações de cerimônias ou reuniões, vestindo a camisa de divulgação do Projeto Malawi, criada pelo consultor de marketing Fábio Siqueira.
Para ele a criação da camisa, como a de todos os produtos personalizados é de extrema importância para dar uma visibilidade em todas as ações praticadas da instituição. Nessas em questão ele revela não só processo de criação, mas também o objetivo. “Com uma forma bem dinâmica e de estilo esportivo, duas opções foram criadas para vestir os gestores, coordenadores e apoiadores. Uma delas é a camisa preta, onde a cor escura é universal, dando visibilidade na logomarca institucional do projeto”, explica.
Em relação ao desenho estampado na lateral da camisa é uma referência ao país africano. “No que diz respeito às cores, usei o sol no mesmo formato que aparece na bandeira malauiana, a idéia é homenagear a nação por meio de uma simbologia já conhecida deles”, argumenta Siqueira, que finaliza dizendo que a camisa branca cuja logomarca promocional é “Projeto Malawi, Amor Sem Fronteiras” foi feita no mesmo entendimento da de cor preta.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

MALAWI À VISTA

Membros e colaboradores do Projeto seguem ao país africano para evento inaugural da escola que deve atender cerca de 1.500 crianças, além de realizarem trabalho de campo.



No próximo dia 10 de agosto, integrantes e colaboradores partem destino ao Malawi, onde acontece a inauguração da primeira rede de ensino localizada entre as três aldeias, que serão beneficiadas pela iniciativa, situadas a cerca de 25km da capital Bilongue.
O evento está marcado para o dia 12, data escolhida para poder contar com a participação especial do presidente malauiano, Bingu wa Mutharka.
Alguns membros da equipe vão ao país pela primeira vez a trabalho de campo, como no caso do produtor de vídeo Neo Nassif, cuja missão é fazer todo o processo de captação de imagens que serão transmitidas em programas veiculados em canais de TV.
Assim como Nassif, também é estreia deste jornalista que vos escreve, agora, frequentemente, no blog. Nessa jornada tenho um papel parecido com o de Pero Vaz de Caminha na tripulação de Cabral ao descobrir o Brasil. Longe de mim, querer me comparar ou anunciar que serei tão preciso e fluente nas minhas matérias como foi o famoso escrivão, autor da “certidão de nascimento do Brasil”, ao registrar na sua histórica carta detalhes minuciosos de como era a nova terra que haviam descoberto.
Apenas cito essa figura para ilustrar a importância e a responsabilidade que um jornalista carrega quando trabalha como enviado especial.
Se eu conseguir mostrar as contradições e as emoções do malauiano por meio de abordagens culturais, sociais, exóticas, religiosas, geográficas e, principalmente, humanas, já serão gratificantes.
Não é fácil ser um repórter longe de casa, distante do próprio idioma e dos seus costumes. No entanto, essa dificuldade, que é normal, faz parte da profissão, afinal, as viagens estão para a vida do jornalista como a luva na vida do goleiro.
Apesar de nunca ter ido lá, de não ter conferido de perto as particularidades da população da África, mesmo sendo a primeira vez que verei de perto as profundeza das suas selvas e dos seus rios, carrego uma opinião na minha mente que tentarei confirmar nessa viagem, o fato da África mesmo tendo sido colonizada durante grande parte da sua história, acredito que ela nunca foi conquistada, e isso, creio eu, simboliza a força das nações africanas.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

MAMA ÁFRICA

Já no século XVII o padre Antônio Vieira escreveu "O Brasil tem o corpo na América, mas a alma na África". Se analisarmos bem, considerando a época em que a frase foi escrita, pode-se dizer que as palavras do religioso foram certeiras, afinal, a cultura brasileira africanizou-se. Exemplos? Não Faltam! Capoeira, samba, candomblé, sem falar em relação ao fator alimentar na qual a lista é extensa, a exemplo de azeite de dendê, pimenta malagueta, pratos como feijoada, vatapá, tutu de feijão, acarajé, angu, entre outros que caíram na graça do paladar brazuca.
É óbvio que a nação verde e amarela, o famoso país do futebol, não teria a ginga que tem, as passistas das escolas de samba não dançariam como dançam, alguns religiosos não rezariam como rezam, as pessoas não comeriam o que comem, se não fosse a herança da cultura africana, formada por, segundo a historiografia oficial brasileira, 4,5 milhões de escravos, que cruzaram o Atlântico dentro dos porões dos navios negreiros.
Resolvi fazer esse comentário pertinente a ligação histórica entre o Brasil e o continente africano, pois recentemente, quando comentei sobre o "Projeto Malawi" com um amigo, ele perguntou:
- Por que Malawi?
Respondi mais ou menos no embalo desses argumentos históricos, finalizei dizendo que o Brasil foi uma nação erguida por meio de milhões de braços escravos. Não é à toa que somos um dos maiores países mestiços da circunferência terrestre.
Fiquei contente em observar que o meu amigo entendeu que temos um laço fortíssimo com os povos africanos, e isso já justificaria qualquer tipo de ajuda.

sábado, 25 de julho de 2009

UM RAIO-X DE MALAWI


















Conforme consta no Almanaque Abril de 2009, esse pequeno país sem saída para o mar, localizado no sudeste do continente africano tem os seguintes dados:

Geografia

Área: 118.484 km2

Clima: tropical (maior parte) e tropical de altitude

Capital: Lilongue

População: 14,3 milhões (2008)

Nacionalidade: malauiana

Composição: maraves 58,3% (inclui nianjas, cheuas, tsongas e timbucas), lomues 18,4%, iaôs 13,2%, engonis 6,7%, outros 3,4% (2008).

Governo: Republica presidencialista.

Divisão administrativa: 3 regiões subdivididas em 24 distritos.

Presidente: Bingu wa Mutharika

Partidos: Democrático Progressista (DPP), Frente Democrática Unida (UDF), do Congresso Malawi (MCP).

Economia

Moeda: quacha malauiana

A agricultura é a maior fonte de renda. O país depende da ajuda externa, principalmente da África do Sul, dos Estados Unidos e do Reino Unido.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

INAUGURAÇÃO

Confirmamos a data para nossa dia 12 de agosto/2009
estamos ansiosos para essa dia chegar.
Sabemos que serão grandes as emoções.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Projeto Malawí aposta na educação como criação de um futuro melhor

Região carente em ensino começa a mudar o cenário com inauguração de escola de ensino fundamental, que também terá cursos profissionalizantes.



Durante muito tempo, as crianças moradoras de três aldeias localizadas a cerca de 25km da cidade de Lilongwe, capital de Malawi tinha um enorme problema para chegarem a escola, precisam andar aproximadamente 15km, já que seus pais não possuem carros e nem existe ônibus disponíveis na região.

Mas esse quadro lamentável está com os dias contados, pois entre os dias 25 e 30 deste mês, será inaugurada uma escola com capacidade de atender mais de 1.500 crianças. Essa obra faz parte do Projeto Malawi, cujo objetivo não é somente exercer medidas emergenciais, como doações de bens materiais, mas também oferecer serviços de infraestrutura que possam colocá-lo um dia em uma plataforma de independência sócio-econômica, saindo da situação atual de miséria em que está inserido.

Para o evento inaugural, uma equipe formada por membros e colaboradores do Projeto já garantiram presença no local como o presidente de Malawi, Bingu wa Mutharika, representantes da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o presidente do Advanced Growt Center, Dr. Silas Josué de Oliveira, o produtor de vídeo Neo Nassif, entre outros.



Além de atender as crianças, a escola deve oferecer cursos profissionalizantes para os adultos. Os primeiros passos para fazer uma transformação social em Malawi já estão sendo dados, e se traduzem com a realização desse serviço educacional.

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Fábio Bézza